sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Surto de poeta inóspito e decrépito numa cadeira sem almofadas

Surto de poeta inóspito e decrépito numa cadeira sem almofadas

Onde balança as pernas e o corpo

Onde surgem novas idéias de velhos pensamentos

Saia de mim tudo que for correto e concreto

Saia de mim

Saia de Iasmim

Agora em São Salvador estou apenas em pensamentos e corações

Agora em Natal estou ouvindo mamãe e suas orações

Tenho ânsia de poesia e de amor e de calor e de nem sei o quê

Surtando nessa cadeira sem almofadas eu quero sair

Saia de mim

Saia de Iasmim

Agora sinto o vento secar as minhas lágrimas de poeta

Lágrimas que alimentam a minha saudade e a minha infância

Mesmo sabendo que o samba existe choro...

Sentado nessa cadeira sem almofadas eu surto e saio de mim

Saia de mim

Saia de Iasmim

Sentimentos aleatórios e contraditórios, às vezes os tenho....

Um assombro de tirar-me o sono e certos arrepios

Um misto de amor e ódio de carinho e brutalidade

Um surto nessa cadeira sem almofadas foi uma boa saída

Saia de mim

Saia de Iasmim

Se for pensamento e sentimento esse surto que me confunde

Falaria de samba e de amor e de sexo e de outras coisas que não sei

Quero uma onda que refresque e me inunde

Pela noite adentro de outras galáxias que também prosei

Já não sei se fico ou se saio

Dessa saia cor de vinho

Que me surta me alucina e me deixa assim

Saia de mim

Saia de Iasmim

Confronto de titãs e adamastores

E essa cadeira...

Causando tantas dores

Surto de um poeta decrépito e inóspito

Que pede a Iasmim a doce Iasmim

Saia de mim

Saia de Iasmim...

Um comentário:

larissa azevedo disse...

no samba não existe só choro,

existe cheiro tbm.