Onde balança as pernas e o corpo
Onde surgem novas idéias de velhos pensamentos
Saia de mim tudo que for correto e concreto
Saia de mim
Saia de Iasmim
Agora
Agora em Natal estou ouvindo mamãe e suas orações
Tenho ânsia de poesia e de amor e de calor e de nem sei o quê
Surtando nessa cadeira sem almofadas eu quero sair
Saia de mim
Saia de Iasmim
Agora sinto o vento secar as minhas lágrimas de poeta
Lágrimas que alimentam a minha saudade e a minha infância
Mesmo sabendo que o samba existe choro...
Sentado nessa cadeira sem almofadas eu surto e saio de mim
Saia de mim
Saia de Iasmim
Sentimentos aleatórios e contraditórios, às vezes os tenho....
Um assombro de tirar-me o sono e certos arrepios
Um misto de amor e ódio de carinho e brutalidade
Um surto nessa cadeira sem almofadas foi uma boa saída
Saia de mim
Saia de Iasmim
Se for pensamento e sentimento esse surto que me confunde
Falaria de samba e de amor e de sexo e de outras coisas que não sei
Quero uma onda que refresque e me inunde
Pela noite adentro de outras galáxias que também prosei
Já não sei se fico ou se saio
Dessa saia cor de vinho
Que me surta me alucina e me deixa assim
Saia de mim
Saia de Iasmim
Confronto de titãs e adamastores
E essa cadeira...
Causando tantas dores
Surto de um poeta decrépito e inóspito
Que pede a Iasmim a doce Iasmim
Saia de mim
Saia de Iasmim...
Um comentário:
no samba não existe só choro,
existe cheiro tbm.
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