segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Poesia sem cor

Negra cor da minha pele do meu sangue do meu filho do meu mundo
Negra cor da minha alma do meu credo do meu povo do meu jeito
Cores para distinguir uma raça e muitas mentes de um povo imundo
Açoitados e humilhados sempre sorridentes, alegres de gesto faceiro.

E aqui existe um sujeito chamado preconceito, negro pensar dos imundos.
Diante de todos e sem pronunciar palavras ele aparece em gestos.
Serpente venenosa atraindo os sentimentos mais pútridos
Goza de privilégios entre os seus, para mim apenas reles dejetos.

Alastrando-se sem amor e sem compaixão em muitas vidas...
Preconceito de negro de branco de gay de puta de vício
Sentimento degenerado de Pedros e de Aidas
Lixo mental da imperfeição insana em qualquer sitio

Negra cor da mais linda do Curuzú, da Liberdade e do Pelô.
Negra cor do mais robusto entre os Filhos de Gandhi
Da dança faceira e do gingado do mestre Vovô
Que nem foi citado na comédia de Dante.

Afoxé e capoeira vatapá e carurú uma mistura de sabor
Dandara e Isabel Menininha e Amado miscelânea de cor
E aquele tal sujeito alastrando sentimentos podres e fúteis
Onde a cor da pele serve de passaporte para o mundo dos inúteis

Existem tantas cores e tantas raças e tantos negros
Existe tanto escárnio tanto eufemismo tanta metáfora
Já não sei se sinto algo que não seja medo
Ou que seja preconceito do próprio eu, prefiro a diáspora.

Não a cor do preconceito
Negra cor do meu peito
Não a crendice
Negra cor de quem vos disse

Negro negra
Negra negro
Negro e negra
Negra e negro.

Um comentário:

Unknown disse...

que lindo meu amor , negra é a minha cor também.

beijos

lúuuu
amo tu