segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Rasgando a garganta

O silêncio de outrora vem da minha furtiva sensação de ser
Um ser sem órbita e sem destino consumindo o lixo da TV
Saboreando as mazelas de uma sociedade fútil de ser
A dor que sinto, corrói o meu viver então me sepulto sem túmulo...

E esse silêncio que me deteriora o rosto e as mãos
Então me calo e sinto o peso nas ombreiras do velho jaleco
Tudo tão vago em minha mente, em minha frente tudo tão diferente.
Quero gestos naturais sem olhar para trás

Sem amores fugazes
Que não arranque vozes
Que deixe a todos ferozes
Quero liberdade

Sem conseguir viver ninguém
Sem ter aquém
Quero liberdade
São simples pensamentos distantes de mim
Esplêndido seria o colo de Iasmim e você e eu assim
Eu não agüento mais vou fingir que não choro
Para sentir saudades de um outro tempo
Nada faz sentido em minha volta
Procurando pés afoitos e mãos aflitas que digam venha
Que sejam démodés

Insensatez poesia oriunda de mim causando-me asco. Repudio essa insensatez... Essa melancolia
Tirarei toda minha roupa serei uma melancia
Recitando poesia.

Afagos ternos de mãos calejadas e eu aqui a viver assim
Quero o mundo, quero o muro e não partirei não partilhei.
São Salvador do Senhor do Bomfim
Agora já não sirvo a mesa e nem a cama e nem a sala
Só me resta o dia e a noite a contar do Alecrim

E um balanço estranho que percorre esse chão de terra onde não jorra água
Aqui nessa sala a ouvir o grito da rebeldia e o cheiro da cocada
E um terno prazer que sinto sobre a glande
Sobre a grande muralha do silêncio onde parece um casulo
Balanço estranho esse
Preciso de outro gole de outro fole de outro mole
Para sair correndo e não cair desse muro.

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