quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fotografia


Aprisiona meu instante de loucura
Sorve de minha alma a doce ternura
Encobre minhas imperfeições sádicas
Ou realça minhas formas mais lunáticas

Sem perder de foco meu ser
Devo a ti o prazer de revelar-me
Eis o homem, quando clicar-me
E ao me revelar faz favor de enaltecer

Põe brilhos nos meus olhos
Fustiga minha retina cromática
Em um ângulo qualquer mostra-me abrolhos
És tu foto, minha poesia estática.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Para Victória


Se pudesse cantava

todos os dias


pra ver você dormir de boca aberta


de cansaço do dia


te dar um banho de beijos coloridos


para te deixar mais viva


e te cobrir de sensações


até então registradas


mas isso tudo é vida


o resto é poesia.

Ainda te vejo

Quando seus olhos encontram os meus

Sinto-me derreter feito doce

Como algodão doce na boca

Como nuvens no céu

Como gotas de chuva tocando o chão.

Então, percebo que em mim existia,

Não só o amor

Mas a plenitude

Em um momento nobre de um dia.

A liberdade de te amar

Leva-me a voar

Tão alto como um urubu

E circular na imensidão azul

Para ver em teus olhos

O desejo em nós

Nesse meu olhar nu.

Poema dedicado a Maria Luiza de Araújo Barros, uma mulher especial para todos os meus sentidos e sentimentos, os quais são projetados sempre que a vejo.

Sérgio Caetano

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Descobrindo Victória

E a vida me presenteou mais uma vez.

Com olhos negros puxados e um nariz achatado.

O último presente talvez.

Tudo muito belo, num sorriso que me deixa apaixonado.

Que sensação indescritível é a minha...

Encostar nas dobras de tuas perninhas, Victória minha.

Sonhei com ti atravessando oceanos inteiros

Só mesmo você, para provar que tenho um eu feminino.

Te desenhei muitas vezes em meus sonhos e anseios

E de ti, nada espero minha pequena, minha bebê...

Pois agora sei quem é o meu eu: você.

Vem me trazer alegria, e me esquartejar de emoção...

Agora tudo tanto faz, já que completo está meu coração

Pois, todos os dias meus teus serão.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

É como bater palmas

Um jeito bonito de misturar as coisas

Preservando os desejos e escolhas minhas

Não era hoje eu amanhã você

Era o correr natural dos gestos

E a alegria de dar o amor

Na forma em que ele viesse

Fosse um beijo, telefonema ou pedaço de pão.

Os cachos encaracolados me envolvem

Na solidão momentânea ou no meu devaneio desperto.

Fazem de cada momento vivido uma ponte para o incerto, mais desejado.

Será mais fácil amar certo quando se está errado?

Quer responder? Eu não. E você?

Fiquei mais generoso, até mesmo pra dizer Parabéns.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

...

A vida não tem limites

Ou horizontes a se avistar

O ser descobre que existe

Quando navega no mar


Não se morre por amor

Quando amor já não há

Mas, contrário ao sentimento.

Por amor se pode matar


Mas, se somos amantes velhos.

Uma chance ainda nos há

Como ferreiro fundindo ferro

Por amor, vem à morte aplacar.


Se somos jovens apaixonados

Tensão e tesão nos beijos ao luar

Esses dois corações abraçados

Carregam esperanças no ato de amar


Mas, na vida existe a pessoa-surpresa.

Que os dois hão de conhecer

E o amor que era beleza

Arrastaos para o templo do sofrer


É da infância o amor bonito

Que não há razão, ainda que eu grite.

Por esse sentimento para mim infinito

Que a minha vida não tem limite

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Cenário de loucuras e fantasias

E isso não é tudo.
Tem muito mais envolvido,
Nesse cenário de loucura e fantasias.
As pessoas se apoderam das outras.
Como se toma um objeto para si.
Eu não sei por quanto tempo agüentarei isso.
Tenho vontade de dar fim a tudo isso, sei... seria uma covardia, acabar com a minha vida, ou não.
Visto pelo lado das pessoas que acham que me amam,
digo mãe, pai, irmãos e todos os parentes e amigos.
O questionamento é, porque me preocupar se a vida é minha e não deles?
Seria medo?
Talvez eu já não tenha tempo mais para sonhar,
a vida é tão ruim assim; ganância, ódio, sofrimento, perdas, competição.
Ainda assim acredito que é tudo por causa de dinheiro e poder ou vice-versa, não sei.
É proibido isso, proibido aquilo,
preciso me libertar de tudo isso.
Não da para conceber essa doutrinação,
os olhares de repudio e incompreensão.
sinto que não quero partilhar mais disso tudo.
Vou partir-me ao meio e deixar que a terra me coma.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ainda te vejo

Quando seus olhos encontram os meus
Sinto-me derreter feito doce
Como algodão doce na boca
Como nuvens no céu
Como gotas de chuva tocando o chão.

Então, percebo que em mim existia,
Não só o amor
Mas a plenitude
Em um momento nobre de um dia.

A liberdade de te amar
Leva-me a voar
Tão alto como um urubu
E circular na imensidão azul
Para ver em teus olhos
O desejo em nós
Nesse meu olhar nu.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Era assim o meu sertão

Mergulhado ou imerso nos oceanos de mistérios sem fins
Retorno à superfície e me dou conta da limitação
Era assim que eu via meu sertão
As restingas e os arrecifes retiam águas e faziam lagos de ilusões.
A imensidão do mar é metáfora mais nobre
Não menos que os cangaceiros do meu sertão pobre
Limitada apenas pelo céu que nos protege
Tão vasto e poderoso quanto o amor
Esse é o meu sertão.
Nele, correm águas profundas, voluptuosas e mutáveis.
Permeiam lugares inexplorados, inundando-os de azul.
Alimenta sonhos de beleza e poesia.
Com o sol tingindo de barro meu corpo nu
Chega a carregar saudades.
Esconde histórias contemporâneas ao tempo
Possui segredos intrínsecos, conhecidos apenas pelos habitantes do mar.

terça-feira, 22 de abril de 2008

A cor desfocada

Sem lágrima nem dor
Não há submissão da raça
A expressão negra é liberdade
Mesmo no mais pleno ou vulgar respeito
A expressão negra é só amor
Saudades daqueles que não voltaram atrás
Facções sem transmutação da cor
Se dividir seremos sempre mais.

Sem lágrima nem dor
Só mesmo o criador.
Um movimento que difere de uma história
Se dividir meu eu, será você.
Bonito de ver.
Sem medo
Sem o sofrer.