terça-feira, 24 de julho de 2007

Sem nome

Jesus que conheço não é o que as religiões pregam e endeusam, não é o Jesus dos pecados e dos milagres, não é o Jesus da bíblia, que conheci quando criança. O Jesus que conheço, ninguém conhece, ninguém vê, nem mesmo vejo, sem denominação. É, eu sinto, ou não.

É Pedro Suspiro que anda pela cidade baixa, de cabisbaixa, com a fome de atenção de amor, com fome de massas, de glamour. Pedro é um político dos botecos. Pedro Suspiro, que um dia foi apóstolo de Jesus e o negou por três vezes, ou não.

É que o universo pode ser um vazio no canto da sala, cheio de átomos e perspectivas frustrantes. Pode ser que seja, pode ser que tenha, pode ser que se, ou não.

É que se o se não existisse, é que toda forma de amor e dor são iguais, é que sou dono da palavra, dono do egoísmo e dono das paixões, é que vi hoje em seus olhos os meus olhos, em meus sonhos o seu sexo é que sou seu nexo e você o meu sexo, ou não.

É que preciso ter dinheiro, preciso olhar pro lado quando vejo outro que não tem a minha cara, meu caro. E dentro dos ônibus lotados e dentro das pontes nostálgicas e dentro dos poemas clichês e dentro das meninas sorrisos e dentro de mim, ou não.

É que os sonhos apenas começam, sempre começam, é que a vida é a morte, é que deus, palavra única e dogmas únicos, é que demônios e ratos estão nos mesmos lugares, é que homens e ratos estão nos mesmos lugares, é que sonhos e ratos estão nos mesmos lugares, ou não.

É que hoje de manhã acordei sorrindo, porque ontem sonhei com ti, é que acordei te amando porque ontem gozei com ti, é que sou seu, porque ontem fui de ti, é que entrego-me, somos um, ou não.

É que todo mundo diz assim: eu tou bem, eu tou sempre bem, tou massa, tou feliz, nunca estive melhor, e você...todo mundo fica bem, todo mundo está bem, ou não.

É que as palavras todas somem de mim, é que sou interrompido, bem quisto, é que meu sorriso está entregue é que fui feliz sou feliz, é que somem as vírgulas as regras os acentos os intentos, os novos as palavras inventadas, ou não.

É atitude de falar sobre o amor, sobre as formas, sobre o cú, sobre ela: a vagina, sobre ela: a minha menina, atitude de também calar, mas pouco calo, é pouco que sinto sem falar, mas é que eu sinto, ou não.

É o equilíbrio entre o ser e o estar, é o equilíbrio que a van as asas as guardas é o esquisito o equilíbrio o êmbrio o suspiro o Pedro Suspiro e Jesus que não vejo apenas sinto, é o infinito é a delimitação do que não sei, é o que penso é o que falo é o que os outros falam é o que fazemos e fingimos que não vemos é uma nova velha torta certa contraditória situação oposição é minha alucinidade minha divindade, minha materialidade meu egoísmo meu medo e meu suspiro, ou não.

É a forma mais estranha de continuar, é a Bahia que dorme na beira da praia, são os sonhos e os donos, são as donas e suas cinturas, é o amor e seu castigo, é Jesus e Maria Madalena procriando sem que Deus saiba, é a parede branca, sala de reboco forró Gonzaga, guitarra baiana, Torquato Neto e Waly Salomão, Pedro Suspiro, e Sérgio Caetano, é aroga oigreS , é agora meus amigos , é nesta manhã, é neste minuto é neste universo no canto da sala vazia e de paredes brancas, ou não.

É que descobri que existem uns dois três mil infinitos, é que existem e não existem é que descobri um filósofo dentro de mim um semi-árido todo dentro de mim é que descobri em um boteco um político e um poeta e uma piauiense em mim é que descobri um egoísta um cego em mim é que descobri mesmo sem saber ou ver, ou não.

É porque os outros lhe apontam. É porque andam pelas sombras é porque dói nas entranhas, é porque o vício de escrever é grande, é porque a dor de não ter é grande é porque você e eu somos um, é por si e por mim, e cada um a sós, ou não.

É que o cheiro de minhas mãos estão fugindo como as outras coisas que fugiram também, é que as lágrimas sempre saem quando se diz adeus e quando se diz oi também, é que o sorriso esta tímido descaradamente como as minhas asas, é que ela nem sabe que “ela”, é ela, ou não.

É que perdido eu vou, sem nem entender, e quando entendo, não sei explicar, é que eu sinto, ou não.

Vou suspiro e vou, mesmo aqui em frente às máquinas e as dores de minha vida, de meu dia, de minha manhã, as dores de meu amor, as dores que eu levanto, beijo, arranco e novamente abraço, amor é o que eu sinto vivo, sou ti e somos nós, mas nem sabemos nem vemos, é sem denominação. Ou não.

Poesia de Um Grande Amigo,Poeta e Inspirador.José Augusto Couto Sampaio Neto mais conhecido na prelúdica Salvador por Juazeiro.
Uma homenagem a nós dois ao dia do amigo.

2 comentários:

adrianasa disse...

Olhae, gostei da propostaa.. vou fotografar Pedro Suspiro..brincadeiraa
kkkkkk
q nossos trabalhos loucos tenham mto sucesso pela frente
bjoo

Anônimo disse...

gostei meu amigo obrigado........essa poesia tem muito de vc memso.........imagino q tenha percebido..abraço.....te amo...